domingo, 5 de setembro de 2010

A transformação sensível: Neblina sobre Trilhos

A professoras Terezinha Ferrari, do curso de Ciências Sociais, em conjunto com o professor Odair Sá Garcia (também da FSA) e com o professor Claudio Penteado da Universidade Federal do ABC estão desenvolvendo o documentário "A transformação sensível: Neblina sobre Trilhos" que trata de Paranapiacaba e da ferrovia que contribui para a formação da região.

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A Fundação Santo André está produzindo o documentário intitulado “A transformação sensível: neblina sobre os trilhos”. O filme resgate a implantação e desenvolvimento da São Paulo Railway, a primeira via férrea construída no estado de São Paulo, por meio de depoimentos de antigos trabalhadores, moradores e pessoas que têm ligação direta com ela. O documentário é um projeto da professora Terezinha Ferrari, e do professor Odair Sá Garcia em parceria com o professor Claudio Penteado da Universidade Federal do ABC, que depois de finalizado será exibido nas escolas públicas do ABC.
O projeto pretende mostrar ainda a trajetória de luta dos ferroviários desde a construção da ferrovia, passando por todo o século XX colocando em contraste com a situação atual desta importante categoria profissional. O documentário foi aprovado pelo Ministério da Educação, por intermédio da SESu/DIFES, e em parceria com o Ministério da Cultura, o Ministério do Trabalho e Emprego e com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

O filme quer, assim, resgatar a história da via férrea. Seu instrumental será, com depoimentos de ferroviários que não trabalham mais na área, mas vivenciam a vila ferroviária - como empreendedores e artesãos. O projeto pretende coletar entrevistas de outras instituições que tenham alguma relação com o patrimônio da ferrovia, como o museu de Paranapiacaba.

De acordo com a professora Terezinha, Paranapiacaba é um símbolo histórico para quem não mora no local, diferente da percepção dos que vivem ali e convivem com uma situação conflitante, principalmente os jovens. “A visão de quem não mora na vila é romantizada pela sua história e belezas naturais. O morador jovem não tem alternativas de mundo, por não ter alternativas de lazer ou trabalho. São sérios problemas de melancolia e tristeza, por isso, criam uma relação afetiva com o local”, relata a professora.

Além do documentário, o trabalho renderá a elaboração de textos para posterior publicação e participação em eventos de natureza acadêmica e de extensão. “Pretendemos manter um diálogo entre o passado e o presente e, a proposta não é de fazer marketing, trata-se da natureza histórica para que esse passado seja revelado em conexão com o presente”, disse.

O documentário trata de um personagem bem característico de Paranapiacaba: a neblina. “Ela é o protagonista do filme. A neblina é um dos sujeitos importantes da vila que chega silenciosamente. O filme aborda como a neblina subitamente cai criando toda uma simbologia. Retrata o silêncio junto com o barulho do trem e, entre ambos estão os moradores. Quando se vão – trem e neblina – como ficam as pessoas?” questiona a pesquisadora.

A previsão é que o filme esteja pronto em janeiro de 2011 e deverá ser exibido em escolas do Ensino Fundamental I e II e Ensino Médio, e disponível em DVD para os alunos das universidades e de cursos superiores em geral, para que os professores possam a utilizar a ferrovia como elemento da História.

Texto original em: Notícias FSA

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