segunda-feira, 23 de maio de 2011

1º Dia: A Poesia do Futuro – 140 anos da Comuna de Paris

“VIVA A COMUNA! ESTAMOS AQUI PELA HUMANIDADE!!”


A semana em homenagem aos 140 anos da Comuna de Paris na FSA começou com uma aula dos professores Antonio Rago Filho e Osvaldo Coggiola. Primeiramente, o profº Rago ressaltou a relevância das atividades de 140 anos da Comuna de Paris em todo o Brasil e em outros países. Citou o contexto de guerra pelo qual passava a França, no momento em que eclode a Comuna e a necessidade dos trabalhadores e populares se armarem. Falou de como ela seria referência universal para outras experiências de comunas e para a Revolução Russa. Tudo isso apesar de seu curto período de existência – 72 dias.


Aproveitando o lançamento do livro A Guerra Civil da França (K. Marx), do qual fez a apresentação, Rago tratou sobre as análises de Marx sobre a Comuna. O filósofo alemão trata da Comuna como uma revolução contra o Estado, o que difere de uma nova forma de Estado ou um reformismo. Isso significa que a Comuna, ao tomar Paris e acabar com o exército, com a polícia, o clero e a magistratura, pôs a baixo o Estado. Dessa forma, os comuneiros se reapropriaram das forças sociais que eram usurpadas pelo Estado, a Comuna se tornará “meio orgânico para a superação da luta de classes”.

O profº Coggiola afirmou que os escritos de Marx sobre a Comuna afirmaram e difundiram o termo “marxismo”, além de mostrar como Marx extrai suas conclusões políticas e teóricas a partir do movimento dos trabalhadores e não o inverso. Ou seja, o marxismo não é uma cartilha a ser seguida. Reforçou as questões referentes à França da época (apenas Paris e Londres possuíam cerca de dois milhões de habitantes cada) e fez um breve relato das lutas dos trabalhadores do período. Mostrou a contradição ao lembrar que Paris foi a cidade onde se declarou os direitos humanos após a Revolução Francesa e onde foram mortos pelos menos 30 mil pessoas entre homens e mulheres, idosos e crianças, ao fim da Comuna.


Coggiola tratou a Comuna como a expressão concentrada da luta de classes na Europa capitalista daquele período. Representou a ditadura do proletariado, ainda que os proletariados não fossem “marxistas” e tivessem ido contra a orientação de suas “doutrinas” (Marx, por exemplo, não achava que a Comuna deveria ocorrer naquele momento, embora a apoie depois). Para encerrar, o profº falou das limitações da Comuna e de como Paris foi remodelada, depois de sua derrota, para evitar outras convulsões sociais.



Seguem as próximas atividades:

Terça - 24/05:
Vera Lúcia Vieira: A Comuna na América Latina
Lívia Cotrim: Marx e a Comuna

Quarta - 25/05:
Edison Sales: Da Comuna de Paris à estratégia soviética na luta pela emancipação dos trabalhadores
Diana Assunção: Louise Michel e a Comuna

Quinta - 26/05:
Lúcio Flávio Almeida: A Comuna e o debate contemporâneo sobre a transição para o socialismo
Wanderson Fábio Melo A Comuna e a educação

Sexta - 27/05:
Vânia Noeli F. Assunção: O Bonapartismo e a Comuna
Bia Abramides: As lições da Comuna e a atualidade da revolução social

Sábado 28/05: (13h00)
Beatriz Tragtenberg: Louise Michel e a Comuna
Henry de Carvalho: Courbet e a Comuna de Paris


LANÇAMENTO
K. Marx. A Guerra Civil na França (Boitempo)


FILME
La Commune (Paris, 1871) [Peter Watkins, 2000]

28/05 – 16h00 – Parte II


EXPOSIÇÃO
(25 a 28 de maio – Pátio da Fafil)

A Comuna de Paris – Imagens e Documentos
(Curadoria: Valdir Siqueira)

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